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quarta-feira, 11 de março de 2009

Artigo: Quem matou Tallyne?

Vizinho de Tallyne Teles traz ao 180graus um texto comovente

'Na condição de vizinho da família, gostaria de ser menos rude na descrição deste maldito fato'

O engenheiro-agrônomo Edvaldo Franco, residente no bairro São João, zona leste de Teresina, protesta contra a violência e a criminalidade que afetam o Piauí. Ele, que era vizinho da estudante de medicina Tallyne Teles, assassinada em Buriti dos Lopes na madrugada de sábado, lamenta que as pessoas de bem vivam cercadas por marginais que, amparados pela impunidade, continuam a agir de forma implacável.

Edvaldo afirma que das 48 famílias que vivem no edifício em que Tallyne morava com seus pais e um irmão, quatro possuem familiares que já foram vítimas de seqüestro e tiveram três familiares assassinados. Ele próprio já foi seqüestrado, juntamente com a mulher, e colocado no porta-malas de um carro em episódio que resultou no assassinato de seu cunhado.

Franco escreve texto tocante sobre a morte de Tallyne e faz um apelo às autoridades: que haja rigor na apuração e punição de casos como este para que outras famílias não venham a sofrer a mesma dor.

CONFIRA ABAIXO:

Quem matou Tallyne?

Na sexta feira, 6 de março, às 20 horas, após sair de casa em seu carro para ir ao supermercado, a jovem Tallyline, 23 anos, estudante do 3° ano de medicina, não mais retornou ao seu maravilhoso lar, deixando seus pais e seu irmão sufocados com a sua espera, já que não era hábito seu sair por longo tempo sem avisá-los. Daí em diante a angustia e a ansiedade tomam conta da família que atravessa uma noite interminável, prolongando-se pela manhã de sábado, procurando pela filha através dos amigos e da polícia. Somente no inicio da tarde de 7 de março, sábado, chega à mãe uma foto de celular de uma garota morta em um matagal próximo a Buriti dos Lopes. Uma “bomba” cai sobre a família e os amigos de Tallyline. Era a própria Tallyline, estendida ao chão com o rosto lavado de sangue, reconheceu a mãe.

Na condição de vizinho da família Teles Pinheiro , gostaria de ser menos rude na descrição deste maldito fato, porém não encontro palavras que possam exprimir minha indignação para mais um crime hediondo. A ordem natural da vida, aonde os pais morrem antes dos filhos, foi covardemente alterada por algum psicopata, movido pela certeza da impunidade ou pela brandura da pena que lhe possa ser imposta. Estou certo de que os pais de Tallyline, como qualquer outros pais em sã consciência, jamais imaginaram enterrar um filho. Imagino sua mãe nas palavras do poeta a contorcer-se de dor, gritando internamente:

“Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu .....
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus!”

O apartamento onde morava Tallyline, no bairro São João é um condomínio de cidadãos ordeiros, trabalhadores que não dispõem de riqueza acumulada suficiente para premiar bandidos com resgates em casos de seqüestro. Embora não haja qualquer ligaçao entre os crimes e os mesmos tenham acontecido fora do prédio, das 48 famílias que aqui vivem, 4 possuem familiares que já foram vítimas de seqüestros, sendo 3 assassinados.

Já fui vítima desse golpe covarde e cruel em novembro de 2006, quando uma gangue formada por 5 elementos armados de revólver, liderada por um “menor” de 17 anos e 8 meses renderam a mim e minha esposa e me levaram no porta malas de nosso carro para roubar o saldo que pudesse haver no caixa rápido do banco do qual encontram o cartão. Por um golpe do destino, meu cunhado João Félix, ao sair do shoping para pegar sua irmã no local do crime, reconheceu o carro em que eu estava e saiu em sua perseguição até fechá-lo na ponte da Frei Serafim, mas ao descer de sua camioneta foi alvejado por um tiro certeiro de um bandidos, morrendo ali mesmo. A reação do chefe da gangue (e aqui não citarei seu nome por tratar-se de “menor”, o que me levaria às grades ) no juizado da infância e adolescência foi declarar que arrependeu-se de não ter me matado, pois assim a questão já estaria resolvida.

A sociedade brasileira parece ter perdido a capacidade de se indignar diante da barbárie, pois casos como esse ocorrem com uma frequência inadimissível num país que se diz cristão e democrático. Mas as aparências enganam. O que ocorre na verdade é uma luta político-ideológica mantida pelos grupos políticos e religiosos hoje dominantes no poder no Braisl, aonde o objetivo maior é se implantar um sistema de governo “ideal”, uma sociedade sem classes aonde todos serão tratados de forma homogênea. Para estes idealistas, o homem nasce bom e a sociedade é quem o corrompe. Assim, as instituições nascidas e sustentadas do seio da sociedade, que deveriam protegê-la, estão a prestar-lhe um desserviço,visto que homicida rico ou pobre é diferente de vitma assassinada e de família honesta e trabalhadora. As leis são perfeitas apenas para criminalizar aqueles que trabalham, produzem e sustentam o país, para isso há lei para tudo. E não necessitamos falar de forma genérica ou obscura, é só olhar os fatos.

1. A legislação criminal e penal brasileira, alardeada pelos arautos da política e do direito como moderna, admite que mesmo criminosos hediondos, utilizem-se de recursos jurídicos protelatórios que lhes permite escapar das penas previstas no código penal;

2. São assassinados no Brasil 50.000 pessoas anualmente, número superior aos de todas as guerras declaradas no mundo hoje;

3. O Estatuto da Criança e do Adolescente permite que criminosos até mesmo hediondos, com até 17 anos, 11 meses e 29 dias sejam protegidos pelo Estado, não podendo ser presos e nem expostos para o conhecimento da sociedade, sendo-lhes aplicado a “pena” de internação de 1 a 3 anos, em abrigos mantidos pela sociedade trabalhadora, chamados CASA, onde são proibidos de trabalhar e gozam de pleno direito a 5 refeições diárias, TV, esportes, saúde médico-odontológica e assistência jurídica e psicológica;

4. A violência no campo e na cidade é defendida pelas citadas entidades com o argumento de que são as injustiças impostas pela sociedade que levam a tal situação. Deste modo resta ao cidadão honesto e trabalhador pedir a Deus proteção para seu patrimônio, para si e sua família, pois o Estado e as entidades representativas da sociedade já demonstraram a quem pretendem defender.

É comum ver e ouvir na mídia, famílias a reclamar qualquer ação de proteção ou defesa por parte do estado ou de ONGs, quando são agredidas, atacadas ou tem parentes mortos pelo crime. Por outro lado, quando se trata de invadir propriedades legitimamente documentadas ou quando um bandido é assassinado pela polícia, ouvem-se o rufar dos tambores de guerra dos auto-intitulados revolucionários através de suas ONGs, partidos políticos ou seja lá o que for.

Ficar apenas prendendo temporariamente homicidas nunca vai resolver a questão da violência no Brasil, é ficar enxugando gelo, é preciso mudar as penas aplicadas, é preciso assumir que para crime hediondo não tem limite de idade para penalizar duramente. Não será necessário nem seria cristão aplicar pena de morte, mas isolar por toda a vida os criminosos psicopatas (incuráveis segundo a psiquiatria) já seria um bom começo.

Finalmente, é preciso que todo cidadão brasileiro, e aqui conclamo especialmente aqueles que têm o Piauí como sua casa, assuma sua parcela de responsabilidade e assuma como seu, o dever de mudar esta situação, construindo uma nova página em nossa vida e na história deste país.
Será fundamental que instituições como OAB e sua Comissão de Direitos Humanos, a Igreja Católica e suas Pastorais, as Igrejas Evangélicas e seus Pastores, os Magistrados, os Policiais ativos e inativos, as Universidades e Faculdades, os sindicatos e qualquer outra entidade comprometida com o bem estar da população constituam um grupo de estudos capaz de apresentar à sociedade, ao parlamento e ao governo alternativas que expressem a vontade de nossa população de acabar com a matança de inocentes. Esta não será uma tarefa para uma pessoa ou para poucas, mas para um conjunto de representantes de diferentes setores do pensamento social, político e religioso do Brasil.

Edvaldo Franco
Engenheiro-Agrônomo e Cidadão Piauiense
Email: edvaldo61@yahoo.com.br

CONFIRA ABAIXO A COBERTURA COMPLETA

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