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REVÓLVERES DE BRINQUEDO USADAS POR BANDIDOS NA FUGA DA CASA DE CUSTÓDIA É PRÁTICA RECORRENTE DE CRIANÇAS DE TERESINA

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

REVÓLVERES DE BRINQUEDO USADAS POR BANDIDOS NA FUGA DA CASA DE CUSTÓDIA É PRÁTICA RECORRENTE DE CRIANÇAS DE TERESINA


A descoberta de usar armas de brinquedos na Casa de Custódia é uma prática recorrente em Teresina. Durante a inauguração do Pólo Artesanal de Teresina, o Jornal Meio Norte flagrou crianças usando armas feitas de barro assadas nos fornos dos artesãos, exatamente como ocorre com as peças produzidas e vendidas na região.
Crianças do Poti Velho brincam com revólveres feitos de argila, mesmo material usado para a produção de peças artesanais. Na Casa de Custódia de Teresina um grupo de assaltantes e homicidas planejou pacientemente uma fuga do presídio utilizando revólveres feitos por um artesão que está preso no local, o Edmilson. Ele aprendeu o ofício nas oficinas de artesanato que a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania oferece para reabilitação dos presos e gerar renda para as suas famílias, que ficam fora dos muros da prisão.
O delegado Francisco do Bonfim Filho, coordenador da Comissão Investigadora do Crime Organizado (Cico) conta que os bandidos aproveitaram as oficinas de artesanato para aprender a fazer sinucas de palitos de picolés e os revólveres de madeira. Os criminosos, liderados por Alessandro Camilo Matos, o Alex Pernambucano, que morreu na fuga, planejaram fazer uma sinuca de palitos de picolés para entregar como presente para o advogado que tinham contratado, Haroldo Vasconcelos, o ex-secretário estadual de Agricultura e atual presidente da Associação dos Advogados Criminalistas do Piauí.
Eles tiveram o cuidado de colocar artesanalmente o nome, desenhado de Haroldo Vasconcelos, e dentro dela os três revólveres de brinquedo. Os revólveres são pintados de preto e prata para imitar armas verdadeiras. Os bandidos tinham, segundo Bonfim Filho, recebido do agente penitenciário as chaves para abrir suas algemas. Libertos das algemas, os assaltantes retiraram as armas de brinquedo de dentro da sinuca presenteada para Vasconcelos.
O secretário estadual de Segurança Pública, Robert Rios Magalhães, disse que um dos bandidos que fugiu e depois foi recuperado, José Rogério Campos Barbosa, o Roger, afirmou, em seu depoimento na Cico, que Haroldo Vasconcelos tinha acertado receber seis assaltantes de uma só vez em uma sala, onde começou a execução do plano de fuga. Vasconcelos, pelo depoimento de Roger, iria receber R$ 10 mil pela situação da reunião dos fugitivos em uma só sala, e mais R$ 10 mil após a fuga.
Haroldo Vasconcelos nega a participação no esquema de tentativa de fuga. “Fui usado por eles. Fui assinar os contratos para defendê-los”, declarou Vasconcelos.
A sinuca com o nome de Haroldo Vasconcelos agora está servido como provas contra o advogado. Porque os revólveres de brinquedos foram usados para ameaçar os agentes penitenciários e para render o tenente Francisco das Chagas. Eles colocaram a falsa arma na cabeça do policial.
“Com uma arma na cabeça ninguém vai saber se é de verdade ou de brinquedo”, declarou Francisco do Bonfim Filho.
A sinuca artesanal era uma espécie de Cavalo de Tróia. Servia para esconder as armas artesanais e como estava misturada com outras sinucas, os bandidos foram espertos o suficiente para marcar a que seria usada bordando o nome de Haroldo Vasconcelos.
Os bandidos podem ter tirado a idéia do próprio costume dos teresinenses em produzir armas de brinquedo.

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