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TJ-PI decide: Cel. Correia Lima perde patente.Veja sua história

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

:: Ex-chefe do crime organizado
Preso há anos, agora perde os diretos que tinha como coronel


Em votação na sessão plenária desta quinta-feira (29/11), o Tribunal de Justiça do Piauí decidiu cassar a patente do Coronel José Viriato Correia Lima. Acusado de chefiar o crime organizado, ele agora responde pelos crimes que é acusado de ter cometido como uma pessoa comum.

A decisão foi a favor do Governo do Estado, que entrou com ação em outubro de 2002, alegando que o coronel infringiu o decoro militar. Com isso, o Estado não é mais obrigado a pagar o salário, que girava em torno de R$ 10 mil, ao coronel. Correia Lima deve ainda ser levado para uma cela comum, já que não tem curso superior.

Correia Lima está preso desde 1999, quando foi desvendado todo o crime organizado no Piauí. Já esteve no Ceará e atualmente está preso em Teresina. Recentemente, mostrou-se que vivia cheio de regalias dentro da 'cela' em que estava, dentro do Batalhão da Polícia Militar do Piauí.

Julgado e condenado por alguns de seus crimes, em 2007 cumpre pena de 23 anos e 9 meses. No início do ano, ele conseguiu habeas corpus por alguns de seus crimes. Além disso, enquanto estava preso, se tornou evangélico e escreveu um livro,que ainda não foi publicado.

CONHEÇA CORREIA LIMA*
José Viriato Correia Lima (nascido em 1952) é um policial brasileiro, oficial da Polícia Militar do Estado do Piauí. Foi acusado de chefiar o crime organizado no estado, até ser denunciado e preso, em 1999.

Nascido numa família tradicional no Estado do Piauí, ingressou na Polícia Militar e logo se envolveu em atividades criminosas. Em 1979, com 27 anos, já chefiava o crime organizado no Estado, estendendo, nos vinte anos seguintes, sua influência junto a políticos, policiais, empresários, juízes e promotores públicos. Mesmo depois de reformado, continuou a desfrutar de enorme poder e comandava de fato a Polícia Militar. Teve estreitas ligações com dois governadores – Alberto Silva e Francisco de Assis Moraes Souza, o Mão Santa – embora não tenha sido apurado o envolvimento destes nos crimes de Correia Lima.

O grande filão da quadrilha comandada por Correia Lima surgiu com a municipalização das despesas federais com saúde e educação, o que carreou grande quantidade de verbas públicas para municípios do Piauí, Valendo-se de empresas de fachada, que emitiam notas frias relativas a despesas falsas de fornecimentos e serviços, a quadrilha desviou pelo menos cem milhões de reais, que se destinavam à compra de merenda escolar e a serviços comunitários, de 40 prefeituras do Piauí. Todo esse dinheiro era arrecadado por uma empresa de cobrança de propriedade de Correia Lima. A quadrilha também atuava nos Estados do Maranhão e do Ceará.

Os prefeitos que se negassem a participar do esquema eram pressionados e, se resistissem, assassinados. Nove tiveram esse destino.num período de dez anos. Chegou a ser criada no Piauí uma inusitada União das Viúvas de Prefeitos Assassinados, entidade criada para denunciar o descaso do Poder Judiciário piauiense em solucionar os processos referentes a esses homicídios.

Em 1997, o promotor público Afonso Gil Castelo Branco denunciou a existência de uma máfia, formada por policiais civis e militares, que agia em seu Estado. Nessa época, ele investigou 61 policiais de Teresina por crimes como abuso de autoridade, lesão corporal e homicídio. Durante os interrogatórios, descobriu que boa parte dos acusados trabalhava para o escritório do coronel Correia Lima. Denunciou 25 policiais à Justiça, mas apenas um foi condenado. Ameaçado de morte, Castelo Branco passou a viver recluso e andar armado.

As denúncias do promotor só foram adiante em 1999 quando o crime organizado passou a ser objeto de atenção de uma Comissão Parlamentar de Inquérito do Congresso Nacional e as investigações passaram a ser orientadas pela Polícia Federal. A PF grampeou uma dúzia de telefones dos principais suspeitos de integrar o crime organizado no Estado. E obteve 700 horas de gravação, registradas em 350 fitas que, somadas, contêm 2.500 conversas.

Foram reunidas provas que indicavam a ocorrência de pelo menos dez assassinatos cometidos pela quadrilha. Uma das vítimas, o policial civil Leandro Bernardi, era o namorado da filha do coronel. Outra, Arias Costa Filho, era o delegado de polícia que investigava o caso. Uma terceira foi assassinada porque ameaçou denunciar a quadrilha. E, em pelo menos dois casos, os mortos, um motorista e um caseiro de Correia Lima, tinham seguro de vida, feitos pelo próprio coronel, cujos beneficiados eram sua mulher e sua filha.

Correia Lima foi preso e recolhido a um quartel da Polícia Militar. Junto com ele foram detidos o delegado de polícia José Wilson Torres, ex-presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil, o irmão do coronel, Augusto Correia Lima, um empresário e três soldados da PM. Os irmãos Valdílio e Odival Falcão. respectivamente comandante da PM e chefe da Casa Militar do governador Mão Santa, foram afastados de seus cargos, por suspeita de envolvimento com a quadrilha.

Mesmo na prisão, o coronel continuou no comando de sua quadrilha, pois dispunha de celulares e recebia visitas livremente. Chegou a ordenar assaltos a bancos e o espancamento de um jornalista que o criticava. Por causa disso, esteve durante algum tempo preso no Maranhão.

Julgado e condenado por alguns de seus crimes, em 2007 cumpre pena de 23 anos e 9 meses num quartel da PM do Piauí. Para que possa ser transferido para uma penitenciária, o Ministério Público estadual entrou com processo para que Correia Lima perca sua patente de coronel.

*Fonte: Wikipedia

Repórter: Adara Gomes

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